Tudo se muda: o génio unicamente
Tudo se muda: o génio unicamente Em ser constante nos mortais porfia, Connosco a vir ao mundo principia, Connosco morre, e nunca se desmente.
Ele as paixões na idade mais florente, Ele as acende na velhice fria:
É sempre o mesmo, e em nada se varia Por mais que à vida a duração se aumente.
Dissimula-se sim, mas qualquer hora, Apesar da mais rígida cautela, Nos entrega cruel, e as faces cora.
Assim o antigo ardor, que me atropela, Assim me incita, ó Nize, a que inda agora Te adore amante, e te celebre bela.
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