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Textos para uso geral de domínio público.

Tudo passa

I
Aquela moça graciosa e bela Que passa sempre de vestido escuro E traz nos lábios um sorriso puro, Triste e formoso como os olhos dela...
Diz que su’alma tímida e singela Já não tem coração: que o mundo impuro Para sempre o matou... e o seu futuro Foi-se n’um sonho, desmaiada estrela.
Ela não sabe que o desgosto passa Nem que do orvalho a abençoada graça Faz reviver a planta que emurchece.
Flávia! nas almas juvenis, formosas, Berço sagrado de jasmins e rosas, O coração não morre: ele adormece...
II
O coração não morre: ele adormece...
E antes morresse o coração traído, Mulher que choras teu amor perdido, Amor primeiro que não mais se esquece!
Quando tu vais rezar, quando anoitece, Beijas as contas do colar partido;
E o coração n’um trêmulo gemido Vem perturbar a paz de tua prece.
Reza baixinho, ó noiva desolada!
E quando, à tarde, pela mesma estrada Chorando fores esse imenso amor...
Geme de manso, juriti dolente!
Vais acordar o coração doente...


Domínio Público Gov.BR


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