Três cantos
Quando se brinca contente Ao despontar da existência Nos folguedos de inocência, Nos delírios de criança;
A alma, que desabrocha Alegre, cândida e pura -
Nessa contínua ventura É toda um hino: - esperança!
Depois... na quadra ditosa, Nos dias da juventude, Quando o peito é um alaúde, E que a fronte tem calor;
A alma que então se expande Ardente, fogosa e bela -
Idolatrando a donzela Soletra em trovas: - amor!
Mas quando a crença se esgota Na taça dos desenganos, E o lento correr dos anos Envenena a mocidade;
Então a alma cansada Dos belos sonhos despida, Chorando a passada vida -
Só tem um canto: - saudade!
Fevereiro - 1858
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