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Soneto do Corno Interesseiro

Uma noite o Scopezzi mui contente (Depois de borrifar a sacra espada Que traz de rubra fita pendurada Com cuspo, e vinho, que vomita quente):
Conversava co'a esposa em voz tremente Sobre a grande ventura inesperada De ser a sua Plácida adorada Por um Marquês tão rico, e tão potente:
A velha lhe replica: Isso é verdade;
Enquanto moça for, nunca o dinheiro Faltará nesta casa em quantidade.
"Mas tu sempre és o tafulão primeiro:
Pois tendo cabrão sido noutra idade, És agora o maior alcoviteiro!"


Domínio Público Gov.BR


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