Soneto do Corno Choroso
Se o grão serralho do Sophi potente, Ou do Sultão feroz, que rege a Trácia, Mil Vênus de Geórgia, oh! da Circássia Nuas prestasse ao meu desejo ardente:
Se negros brutos, que parecem gente, Ministros fossem de lasciva audácia, Inda assim do ciúme a pertinácia No peito me nutria ardor pungente:
Erraste em produzir-me, oh! Natureza, Num país onde todos fodem tudo, Onde leis não conhece a porra tesa!
Cioso afeto, afeto carrancudo!
Zelar moças na Europa é árdua empresa, Entre nós ser amante é ser cornudo.
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