Soneto das Glórias Carnais
Soneto localizado em um caderno onde poemas de Bocage e de Pedro José Constâncio estavam misturados, não tendo se chegado em nenhuma conclusão definitiva sobre a autoria do mesmo.
Cante a guerra quem for arrenegado, Que eu nem palavra gastarei com ele;
Minha Musa será sem par canela Co'um felpudo coninho abraseado:
Aqui descreverei com arreitado N'um mar de bimbas navegando à vela, Cheguei, propício o vento, à doce, àquela Enseada d'Amor, rei coroado:
Direi também os beijos sussurrantes, Os intrincados nós das línguas ternas, E o aturado fungar de dois amantes :
Estas glórias serão na fama eternas;
Às minhas cinzas me farão descantes Fêmeos vindouros, alargando as pernas.
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