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Soneto da Porra Burra

Soneto localizado em um caderno onde poemas de Bocage e de Pedro José Constâncio estavam misturados, não tendo se chegado em nenhuma conclusão definitiva sobre a autoria do mesmo.
Eram oito do dia; eis a criada Me corre ao quarto, e diz "Aí vem menina Em busca sua; faces de bonina, Olhos, que quem os viu não quer mais nada".
Eis me visto, eis me lavo, e esta engraçada Fui ver incontinenti; oh céus! que mina!
Que breve pé! Que perna tão divina!
Que maminhas! que rosto! Oh, que é tão dada!
A porra nos calções me dava urros;
Eis a levo ao meu leito, e ela rubente Não podia sofrer da porra os murros;
"Ai!... Ai!... (de quando em quando assim se sente)
Uma porra tamanha é dada aos burros, Não é porra capaz de foder gente".


Domínio Público Gov.BR


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