Soneto da Beata Esperta
Não te crimino a ti, plebe insensata, A vã superstição não te crimino;
Foi natural, que o frade era ladino, É esperta em macaquices a beata:
Só crimino esse herói de bola chata, Que na escola de Marte inda é menino, E ao falso pastor, pastor sem tino, Que tão mal das ovelhas cura, e trata:
Ítem, crimino o respeitável Cunha, Que a frias petas crédito não dera, A ser filósofo, como supunha:
Coitado! Protestou com voz sincera Fazer geral, contrita caramunha, Porém ficou pior que d'antes era!
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