Soneto ao Leitão
Pilha aqui, pilha ali, vozeia autores, Montesquieu, Mirabeau, Voltaire, e vários;
Propõe sistemas, tira corolários, E usurpa o tom d'enfáticos doutores:
Ciência de livreiros e impressores Tem da vasta memória nos armários;
E tratando os cristãos de visionários, Só rende culto a Vênus, e aos Amores:
A mulher, que a barriga lhe tem forra Do jugo da vital necessidade, Deixa em casa gemer como em masmorra:
Este biltre, labéu da humanidade, É um tal bacharel Leitão de borra, Lascivo como um burro, ou como um frade.
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