Saudades
Nas horas mortas da noite Como é doce o meditar Quando as estrelas cintilam Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa Surgindo linda e formosa, Como donzela vaidosa Nas águas se vai mirar!
Nessas horas de silêncio, De tristezas e de amor, Eu gosto de ouvir ao longe, Cheio de mágoa e de dor, O sino do campanário Que fala tão solitário Com esse som mortuário Que nos enche de pavor.
Então — proscrito e sozinho —
Eu solto aos ecos da serra Suspiros dessa saudade Que no meu peito se encerra.
Esses prantos de amargores São prantos cheios de dores:
— Saudades — dos meus amores, — Saudades — da minha terra!
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