Pombos mensageiros
A Amélia Moura Foi ontem, minha santa, À hora do sol posto:
(Quanta saudade, quanta,Chorava no meu rosto!)
Transformados em pombos cor de neve, Entraram-me a cantar pela janela, A tua carta delicada e leve E o beijo amigo que envolveste nela.
Ó que alegria para o coração Onde a Saudade, sempre em flor, renasce!
A carta leve me pousou na mão E o beijo amigo acarinhou-me a face.
E então, a rir, ó pomba idolatrada!
Eu transformei meu coração em ninho:
N’ele repousa a tua carta amada E canta o beijo a ária do carinho.
Alto da Saudade, 31-5-1890
Obtido em "http://pt.wikisource.org/wiki/Pombos_Mensageiros"
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