Pobre flor!
Deu-m’a um dia antiga companheira De tempinho feliz de adolescente;
E os meus lábios roçaram docemente Pelas folhas da nívea feiticeira.
Como se apaga uma ilusão primeira, Um sonho estremecido e resplendente, Eu beijei-lhe a corola, rescendente Inda mais que a da flor da laranjeira.
E como amava o seu formoso brilho!
Tinha-lhe quase essa afeição sagrada Da jovem mãe ao seu primeiro filho.
Dei-lhe no seio uma pousada franca...
Mas, ai! depressa ela murchou, coitada!
Doce e mísera flor, cheirosa e branca!
Angicos - 1896
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