Pelo passado
Era um dia de maio... Encheu-se o Templo De grande multidão;
Só rezavam aquelas que queriam A paz do coração.
Eu era desse número: ajoelhei-me, Fiz o sinal da Cruz...
Estava muito triste e desejava Conversar com Jesus.
Ao pé de seu santo Tabernáculo Comecei a chorar...
Lembrava-me da infância que fugira Para nunca voltar.
E repassei na mente atribulada, Assim, nessa atitude, Os sonhos liriais e perfumosos De minha juventude.
Porém, se o triste lábio murmurava Sentidas orações, Eu ouvia o soluço angustiado De minhas ilusões.
De minhas ilusões que se partiam, Dolentes e chorosas, Como os anjos voando d’este mundo Às plagas luminosas.
E enquanto assim aos pés do Redentor Choviam meus lamentos...
Já no Templo de todo se extinguia A luz dos círios bentos.
1893.