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Textos para uso geral de domínio público.

Palavras Tristes

Ao Nenenzinho Quando eu deixar a terra, anjo inocente, Ó meu formoso lírio perfumado!
Reza por mim, de joelhos, docemente, Postas as mãos no seio imaculado, Quando eu deixar a terra, anjo inocente!
És a estrela gentil das minhas noites, Noites que mudas no mais claro dia.
Não tenho medo aos gélidos açoites Da escuridão se a tua luz me guia, Ó estrela gentil das minhas noites!
Quando eu deixar a terra, dá-me flores Boiando à tona de um sorriso teu;
Que os risos das crianças são andores Onde os anjos nos levam para o céu...
Quando eu deixar a terra, quero flores!
Flores e risos me tecendo o manto, Manto celeste feito de esperanças...
Quando eu d’aqui me for, não quero pranto, Só quero riso, preces de criança:
Flores e risos me tecendo um manto!
Anjo moreno de alma cor de lírio, Mais branca do que a estrela da Alvorada...
Meu coração na hora do martírio Pede o consolo de uma prece amada, Anjo moreno de asas cor do lírio!
Quando eu deixar a terra, anjo inocente, Ó meu formoso lírio perfumado!
Reza por mim, de joelhos, docemente, Postas as mãos no seio imaculado, Quando eu deixar a terra, anjo inocente!
Serra da Raiz - Fevereiro de 1898.


Domínio Público Gov.BR


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