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Textos para uso geral de domínio público.

O nadador

Ei-lo que ao rio arroja-se.
As vagas bipartiram-se;
Mas rijas contraíram-se Por sobre o nadador...
Depois s'entreabre lúgubre Um círculo simbólico...
É o riso diabólico Do pego zombador!
Mas não! Do abismo — indômito Surge-me um rosto pálido, Como o Netuno esquálido, Que amaina a crina ao mar;
Fita o batel longínquo Na sombra do crepúsculo...
Rasga com férreo músculo O rio par a par.
Vagas! Dalilas pérfidas!
Moças, que abris um túmulo, Quando do amor no cúmulo Fingis nos abraçar!
O nadador intrépido Vos toca as tetas cérulas...
E após — zombando — as pérolas Vos quebra do colar.
Vagas! Curvai-vos tímidas!
Abri fileiras pávidas Às mãos possantes, ávidas Do nadador audaz!...
Belo, de força olímpica — Soltos cabelos úmidos —
Braços hercúleos, túmidos...
É o rei dos vendavais!
Mas ai! Lá ruge próxima A correnteza hórrida, Como da zona tórrida A boicininga a urrar...
É lá que o rio indômito, Como o corcel da Ucrânia, Rincha a saltar de insânia, Freme e se atira ao mar.
Tremeste? Não! Qu'importa-te Da correnteza o estrídulo?
Se ao longe vês teu ídolo, Ao longe irás também...
Salta à garupa úmida Deste corcel titânico...
— Novo Mazeppa oceânico —
Além! além! além!...


Domínio Público Gov.BR


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