Nos campos
"Fugi desvairada!
Na moita intrincada, Rasgando uma estrada, Fugaz me embrenhei.
Apenas vestindo Meus negros cabelos, E os seios cobrindo Com os trêmulos dedos, Ligeira voei!
"Saltei as torrentes.
Trepei dos rochedos Aos cimos ardentes, Nos ínvios caminhos, Cobertos de espinhos, Meus passos mesquinhos Com sangue marquei!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
"Avante! corramos!
Corramos ainda!...
Da selva nos ramos A sombra é infinda.
A mata possante Ao filho arquejante Não nega um abrigo...
Corramos ainda!
Corramos! avante!
"Debalde! A floresta — Madrasta impiedosa —
A pobre chorosa Não quis abrigar!
"Pois bem! Ao deserto!
"De novo, é loucura!
Seguindo meus traços Escuto seus passos Mais perto! mais perto!
Já queima-me os ombros Seu hálito ardente.
Já vejo-lhe a sombra Na úmida alfombra...
Qual negra serpente, Que vai de repente Na presa saltar!...
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Na douda Corrida, Vencida, Perdida, Quem me há de salvar?"