Leram-me hoje S. Francisco de Assis
Escrito em 21-5-1917.
Leram-me hoje S. Francisco de Assis.
Leram-me e pasmei.
Como é que um homem que gostava tanto das coisas, Nunca olhava para elas, não sabia o que elas eram?
Para que havia de chamar minha irmã à água, se ela não é minha irmã?
Para a sentir melhor?
Sinto-a melhor bebendo-a do que chamando-lhe qualquer coisa.
Irmã, ou mãe, ou filha.
A água é a água e é bela por isso.
Se eu lhe chamar minha irmã, Ao chamar-lhe minha irmã, vejo que o não é E que se ela é a água o melhor é chamar-lhe água;
Ou, melhor ainda, não lhe chamar coisa nenhuma, Mas bebê-la, senti-la nos pulsos, olhar para ela E isto sem nome nenhum.
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