Infância
Ó anjo da loura trança, Que esperança Nos traz a brisa do sul!
- Correm brisas das montanhas...
Vê se apanhas A borboleta de azul!...
Ó anjo da loura trança, És criança, A vida começa a rir.
- Vive e folga descansada, Descuidada Das tristezas do porvir.
Ó anjo da loura trança, Não descansa A primavera inda em flor;
Por isso aproveita a aurora Pois agora Tudo é riso e tudo amor.
Ó anjo da loura trança, A dor lança Em nossa alma agro descrer.
- Que não encontres na vida Flor querida, Senão contínuo prazer.
Ó anjo da loura trança, A onda é mansa O céu é lindo dossel;
E sobre o mar tão dormente, Docemente Deixa correr teu batel.
Ó anjo da loura trança, Que esperança Nos traz a brisa do sul!...
- Correm brisas das montanhas...
Vê se apanhas A borboleta de azul!...
Rio - 1858