Hoje
Fiz anos hoje... Quero ver agora Se este sofrer que me atormenta tanto Me não deixa lembrar a paz, o encanto, A doce luz de meu viver de outr’ora.
Tão moça e mártir! Não conheço aurora, Foge-me a vida no correr do pranto, Bem como a nota de choroso canto Que a noite leva pelo espaço em fora.
Minh’alma voa aos sonhos do passado, Em busca sempre d’esse ninho amado Onde pousava cheia de alegria.
Mas, de repente, num pavor de morte, Sente cortar-lhe o vôo a mão da sorte...
Minha ventura só durou um dia.
12 de Setembro de 1894.
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