Flores
A Leopoldina e Rosa Monteiro
Quando começa a raiar O dia cheio de amor, Eu gosto de contemplar O coração de uma flor, Desmaiada e tremulante, Pendendo triste no galho, Tendo o pistilo brilhante Embalsamado de orvalho:
A rosa só me parece, Assim tão casta e sem véu, Um anjo rezando a prece Um’alma voando ao Céu.
Do jasmim puro e mimoso, A corola embranquecida, É como um seio formoso De criança adormecida.
Esqueço-me, então, das horas A contemplar estas flores, As violetas, auroras, Saudades, lindos amores.
1894
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