Entre Marília e a pátria
Entre Marília e a pátria Coloquei meu coração:
A pátria roubou-m'o todo;
Marília que chore em vão.
Quem passa a vida que eu passo, Não deve a morte temer;
Com a morte não se assusta Quem está sempre a morrer.
A medonha catadura Da morte feia e cruel, Do rosto só muda a cor Da pátria ao filho infiel.
Tem fim a vida daquele Que a pátria não soube amar;
A vida do patriota Não pode o tempo acabar.
O servil acaba inglório Da existência a curta idade;
Mas não morre o liberal, Vive toda a eternidade.
Nota - Há também uma variante:
Entre Marília e a pátria Coloquei meu coração:
A pátria roubou-m'o todo;
Marília que chore em vão.
Marília, pede a teus filhos, Por minha própria abenção, Morram, como eu, pela pátria;
Marília que chore em vão.
Apenas forem crescendo, Cresçam co'as armas na mão, Saibam morrer, como eu morro;
Marília que chore em vão.
Defender os pátrios lares, É dever do cidadão.
Quando exalem pela pátria;
Marília que chore em vão.