Écloga de Jano e Franco
Dizem que havia um pastor antre Tejo e Odiana, que era perdido de amor per ua moça Joana.
Joana patas guardava pela ribeira do Tejo, seu pai acerca morava, e o pastor, do Alentejo era, e Jano se chamava.
Quando as fomes grandes foram, que Alentejo foi perdido, da aldeia que chamam o Torrão foi este pastor fugido.
Levava um pouco de gado, que lhe ficou doutro muito que lhe morreu de cansado;
que Alentejo era enxuito d’água e mui seco de prado.
Toda a terra foi perdida no campo do Tejo só achava o gado guarida:
ver Alentejo era um dó!
E Jano , para salvar o gado que lhe ficou, foi a esta terra buscar;
e um cuidado levou, outro foi ele lá achar.
O dia que ali chegou com o seu gado e com o seu fato, com tudo se agasalhou em ua bicada de um mato.
E levando-o a pascer, o outro dia, a ribeira, Joana acertou de ir ver, que andava pela beira do Tejo a flores colher.
Vestido branco trazia, um pouco afrontada andava;
fermosa bem parecia aos olhos de quem a olhava.
Jano , em vendo-a, foi pasmado;
mas, por ver que ela fazia, escondeu-se antre um prado;
Joana flores colhia Jano colhia cuidado