As bolas de sabão que esta criança
Escrito 11-3-1914.
As bolas de sabão que esta criança Se entretém a largar de uma palhinha São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza, Amigas dos olhos como as cousas, São aquilo que são Com uma precisão redondinha e aérea, E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa, Pretende que elas são mais do que parecem ser.
Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores E que só sabemos que passa Porque qualquer cousa se aligeira em nós E aceita tudo mais nitidamente.
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