Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto
Escrito em 7-5-1914.
Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto, Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve, Mostra que já esteve, o que não serve para nada A recordação é uma traição à Natureza, Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!
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