Amante
"Basta, criança! Não soluces tanto...
Enxuga os olhos, meu amor, enxuga!
Que culpa tem a clícia descaída Se abelha envenenada o mel lhe suga?
"Basta! Esta faca já contou mil gotas De lágrimas de dor nos teus olhares.
Sorri, Maria! Ela jurou pagar-tas No sangue dele em gotas aos milhares.
"Por que volves os olhos desvairados?
Por que tremes assim, frágil criança?
Est'alma é como o braço, o braço é ferro, E o ferro sabe o trilho da vingança.
"Se a justiça da terra te abandona, Se a justiça do céu de ti se esquece, A justiça do escravo está na força...
E quem tem um punhal nada carece!...
"Vamos! Acaba a história... Lança a presa...
Não vês meu coração, que sente fome?
Amanhã chorarás; mas de alegria!
Hoje é preciso me dizer — seu nome!"
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