Adeus
— Adeus — Ai criança ingrata!
Pois tu me disseste — adeus —?
Loucura! melhor seria Separar a terra e os céus.
— Adeus — palavra sombria!
De uma alma gelada e fria És a derradeira flor.
— Adeus! — miséria! mentira De um seio que não suspira, De um coração sem amor.
Ai, Senhor! A rola agreste Morre se o par lhe faltou.
O raio que abrasa o cedro A parasita abrasou.
O astro namora o orvalho:
— Um é a estrela do galho, — Outro o orvalho da amplidão.
Mas, à luz do sol nascente, Morre a estrela — no poente!
O orvalho — morre no chão!
Nunca as neblinas do vale Souberam dizer-se — adeus —
Se unidas partem da terra, Perdem-se unidas nos céus.
A onda expira na plaga...
Porém vem logo outra vaga P'ra morrer da mesma dor...
— Adeus — palavra sombria!
Não digas — adeus —, Maria!
Ou não me fales de amor!