A uma platéia
O cedro foi planta um dia, Viço e força o arbusto cria, Da vergôntea nasce o galho;
E a flor p'ra ter mais vida, Para ser - rosa querida -
Carece as gotas de orvalho.
Com o talento é o mesmo Quando tímido ele adeja - Qual ave que se espaneja -
Como a flor, também precisa Em vez do sopro da brisa O sopro da simpatia Que lhe adoce os amargores, Para em horas de cansaço Na estrada que vai trilhando Encontrar de quando em quando Por entre os espinhos - flores.
E vós que acabais de ouvi-lo A suspirar nesse trilo No seu gorjeio primeiro;
Vós, que viste o seu começo.
Dai-lhe essas palmas de apreço Que é artista e... brasileiro!
Setembro - 1858.
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